Este projeto foi vencedor de um concurso organziado pela empresa Aliah, que promove o desenvolvimento sustentável por meio de práticas e negócios que sejam rentáveis e de impacto sócioambiental positivo.O objetivo do concurso era desenvolver o projeto de um complexo hoteleiro ecossustentável de alto padrão para atender a Copa de 2014, a ser implantado na região de Campinas – SP.O projeto deve ser paradigmático para servir como referência de arquitetura sustentável para a Copa e Jogos Olímpicos, além de disseminar conceitos inovadores que promovam um estilo de vida mais verde.
1. O hotel como espaço de reaproximação entre homem e meio ambiente
Os processos de urbanização e industrialização que levaram à formação de nossa sociedade, se por um lado produziram um admirável universo de comodidades para o homem moderno, por outro lado sacrificaram grande parte de sua relação com a natureza e com o meio ambiente. Conforme avança a intensificação destes processos, os efeitos deste distanciamento são sentidos por meio do aumento da poluição, da escassez inevitável dos recursos naturais, e da perda da qualidade de vida nos grandes centros urbanos.
A crescente conscientização acerca da questão da sustentabilidade ambiental – acrescida também pelos aspectos sociais e econômicos – possibilita oportunidades para importantes iniciativas que promovam a reaproximação entre o homem e o ambiente natural. Sustentabilidade não é apenas uma questão de estratégias e ações pontuais, mas sim de valores intrínsecos: ela exige a adoção de uma nova postura em relação ao mundo.
2. A paisagem como protagonista do projeto
O Projeto Aliah almeja não ser apenas um hotel confortável e inovador, mas sim um espaço transcendental, onde os visitantes são instigados a reavaliar esta postura em prol de um modo de vida melhor, mais saudável e equilibrado. A arquitetura proposta para o Projeto Aliah busca colocar estes conceitos em foco, resgatando valores essenciais e atemporais que permeiam o convívio entre o ser humano e o meio ambiente, e promovendo, assim, oportunidades para a contemplação, o passeio e a meditação.
Com base nesta premissa, o projeto assumiu a criação de uma praça-mirante como gesto estruturador do partido arquitetônico. Este espaço, disposto ao longo do eixo de chegada do visitante, assume um caráter de protagonismo, articulando o acesso ao hotel e ao centro de convenções e conduzindo à descoberta do conjunto arquitetônico integrado com a paisagem.
3. Linguagem arquitetônica traduzindo a sustentabilidade
Optou-se por implantar o conjunto arquitetônico próximo à parte mais elevada do terreno, em um eixo longitudinal ao longo da cumeeira do terreno, acomodando-se à topografia natural e direcionando as visuais rumo às belas vistas panorâmicas do entorno. A leitura sensível desse território reflete na maneira com que o projeto interage com o relevo, estabelecendo uma relação dialética na qual a arquitetura atua como suporte físico para a contemplação ambiental.
A circulação de acesso aos quartos do hotel incorpora um bosque central, acentuando a presença da vegetação, transcendendo assim a mera função de conexão para se transformar em um passeio elevado em meio à copa das árvores.
A linguagem arquitetônica do projeto busca evidenciar as diversas estratégias de sustentabilidade e conforto ambiental passivo que foram empregadas, demonstrando a problemática envolvida para se atingir alta performance ambiental ao mesmo tempo em que garantindo eficiência energética e economia de recursos.